Tenho um pendrive com as todas canções de Demis. Mas de 600 canções com o grande Demis. Se você quiser o mesmo, fale comigo. 

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Demis mostra o peso, nos anos 80.

DEMIS ROUSSOS – COMO ESQUECER ??

Setembro de 1972

Maracanãzinho superlotado no VII Festival Internacional da Canção Popular. As mãos obscuras da intolerância política surravam, silenciavam e oprimiam quem tentasse acender as luzes e varrer a escuridão do cenário pátrio. Mas havia quem ousasse acender uma lamparina para avivar aquele pouco de liberdade permitido pela música. O público do festival tinha essa chama nas mãos e nos pés para dar sobrevida à luz da alegria e da esperança, dançando e cantando, num coro poderoso que se agigantou quando subiu ao palco aquela figura exótica, exagerado nos quilos, nas barbas espessas, nos longos cabelos, na vistosa túnica e na voz…aliás, a voz.

Era como se o público rasgasse o ventre de seus medos para sentir, na música, a porção preservada de liberdade que lhe servia de oxigênio. Era para o marinheiro que não desacredita de si e nem sucumbe ao fatalismo de um temporal. O Maracanãzinho inteiro dançou e cantou com Demis Roussos o refrão “Tric-Tric-Tric”, da música “Velvet Morning”. Ele estava no início da carreira solo e era sua primeira aparição ao vivo num País que já o conhecia pelos sucessos de suas canções como vocalista da banda Aphrodite´s Child (Filho de Afrodite). Sua voz, que o Coro da Igreja Ortodoxa Grega de Alexandria ajudou a esculpir, trazia no DNA familiar a melancolia do Mediterrâneo – um timbre ideal para enriquecer o pop-rock com canções de letras e harmonias não-raramente inspiradas nas culturas ancestrais do Egito (nasceu em Alexandria) e da Grécia.

Artemios Ventouris Roussos teve em seus 68 anos e meio de vida uma trajetória plena de experiências. Aos 15, seu pai grego e a mãe egípcia perderam todos os bens na Crise do Canal de Suez e foram obrigados a trocar o Egito pela Grécia. Aos 17, já fascinado pelo rock e tocando trompete em clubes de Atenas para ajudar no sustento da casa, formou sua primeira banda, The Idols. Demis não cantava, era guitarrista e baixista, mas um dia o vocalista passou-lhe o microfone. Interpretou “The House of the Rising Sun” e “When a Man Loves a Woman”. Era um passo decisivo na carreira. Conheceu o tecladista Vangelis, um de seus grandes parceiros, e em 1968, com o baterista Lukas Sideras, criava a antológica Aphrodite´s Child.

Demis Roussos vendeu mais de 60 milhões de discos e acumulou inúmeros prêmios. Falava sete idiomas e morou em diversos países. É tido como um dos pioneiros do rock progressivo, sobretudo pelo álbum “666”, do Aphrodite´s, o último do trio. Críticos respeitados definem que esse álbum, conceitual, inspirado no Livro das Revelações, ficou na História como um clássico do rock progressivo. Mas foi o pop açucarado, com o tempero mediterrânico do timbre de sua voz, que deu a Demis Roussos o “status” de um dos maiores e mais ouvidos intérpretes da música mundial.

Em 1974, ganhei de presente da minha namorada e hoje minha esposa um compacto duplo de vinil, com quatro faixas. Uma delas, particularmente, me marcou: “From Souvenirs To Souvenirs”, pelo simbolismo do que representa em minha vida. Mas há outras canções que nos fazem tão bem quando a lembrança nos revelam o que somos e nos devassam em nossas mais doces ou amargas humanidades: “Velvet Morning”, “Shadows”, “Forever and Ever”, “My Reason”, “Someday, Somewhere”, “My Only fascination”, “Rain and Tears”, “Marie Jolie”, “Five O´clock” e a versão de Asa Branca (White Wings”. Sem exagero, ao menos 100 canções que Demis Roussos interpretou em mais de 40 anos de carreira são cantadas até hoje nos quatro cantos do mundo.

Amanheci chorando. As lágrimas despencavam, incontidas, sobre o teclado enquanto eu escrevia esse texto. Queria dizer “obrigado” a Demis Roussos. Suas canções me deram, ao longo da vida, presentes únicos. Nestas horas descubro e redescubro o quanto é bom ser piegas. Amar é brega. É simples. Experimentem cantar o amor como fez Demis Roussos. Experimentem ouvir a voz de Demis Roussos e a harmonia mediterrânica de suas músicas. Quanta pieguice singular e incomparável! Experimentem sintonizar-se num tempo em que a vida canta conosco numa partitura de amor e entendimento entre todos os povos. Sempre e para sempre.

Forever and Ever (Sempre e Para Sempre)

Ever and ever, forever and ever
You’ll be the one
That shines on me
Like the morning sun
Ever and ever, forever and ever
You’ll be my spring
My rainbows end
And the song I sing

(Sempre e sempre, para sempre e sempre
Você vai ser a única
Que brilha em mim
Como o sol matutino

Sempre e sempre, para sempre e sempre
Você será minha primavera
O fim de meu arco-íris
E a canção que eu canto)

DEMIS NA ESPANHA - 1972: Demis Roussos acaba de ganhar um disco de ouro por ter vendido mais de 100.000 cópias de seu primeiro single solo "We Shall Dance". Os longos cabelos de Demis se misturam com sua barba bombástica. Ele é grego, afável. Conversamos com ele na apresentação agradável e informal do registro acima mencionado. - Demis, por que você deixou a banda, Aphrodite's Child? Porque na minha carreira solo, ganho mais dinheiro. Escute, o artista que diz que não gosta de dinheiro é um mentiroso. - Por que você escolheu Paris para morar e não em nenhuma outra cidade européia? Eu gosto muito da França. Eu sou muito conhecido lá. Sim, é verdade, a França me deu muito dinheiro, mas também o levou porque tenho que pagar muitos impostos. - Nos seus shows, você se importa com quem se apresenta com você? De modo nenhum. Eu cantei nos EUA com Carole King e em Paris com Rika Zaraï. Estou lhe dizendo isso porque eles são artistas muito diferentes. Mas por que isso vai me preocupar? - Michel Polnareff teve alguns problemas com a censura francesa por aparecer nu em alguns cartazes publicitários. Qual a sua opinião sobre esse tipo de publicidade? O que Ponareff já fez na França, fiz há algum tempo na Itália. Em outra ocasião, eu estava tão quente em um estúdio de gravação que tirei minhas roupas e estava apenas de cueca. - Você é famoso na Grécia? Eu sou famoso na Grécia, é claro. Em julho passado, eu me apresentou como cantor convidado no Festival de Atenas. Não abandonei o folclore do meu país. - Conte-nos sobre seus planos. Amanhã vou pegar um avião para o Japão e ficarei lá por muito tempo.

NA ÉPOCA DA MORTE DE DEMIS, EMILY FALA COM OS JORNAIS:

“Estou em Atenas, na casa o pai, entre o mar e a montanha, onde morreu na noite de sábado para domingo”, disse ao telefone, sua filha Emily Roussos, com voz tomada pela emoção. Em abril passado, (2014 )durante uma visita de rotina, o médico descobriu que ele tinha um câncer de estômago em estágio avançado. “Sabendo do pânico sobre a doença e a morte, minha mãe, meu irmão, o médico e eu decidimos não lhe  dizer nada.” Mesmo em quimioterapia  , a família dizia  a ele  que eram apenas algumas células cancerosas para eliminar rapidamente, sem nunca mencionar  a real gravidade de sua condição. Extravagâncias como essa,  Emily viveu em outros. 

 Aos 44 anos, ela sabe de cor o breviário das estrelas das crianças e suas famílias em kit  “Minha mãe Monique, uma francesa  foi sua primeira esposa, a 2ª. segunda Dominique logo meu deu o meu meio-irmão Cyril,  Pamela foi a Terceira esposa nos EUA e Marie, o último com quem viveu 22 anos e que o acompanhou até o fim “. Menos artista que o pai, Emily se lembra com horror as cenas de multidão em volta de seu pai nos aeroportos.  As  manchetes nos jornais diziam “O castelo onde os gatos comem caviar.” Uma dúzia de Rolls Roices  foi alinhado na garagem. Os motoristas estavam usando boné preto uniforme e luvas brancas. Uma nuvem de servidores iria correr em volta do relógio no vasto edifício, enquanto a leoa, Sarah, que vivia em liberdade, espantava a criançada. 

 “Meu pai adorava tanto a vida” 

 “Meu pai seria muito bom em entrar em birras épicas lembra Emily, eu realmente descobri  até mais tarde. Fui eu quem trouxe o processo de saber, fazendo um documentário sobre ele “. Lá, sob a estrela, os efeitos trajes, o excesso, ela descobre o ser humano, o verdadeiro. “Eu encontrei esta criança sinceridade, eu me sentia. Eu não estava enganada , mesmo que ele não era do tipo de dizer eu te amo. Ele acaba de nos deixou e eu ainda vejo sua grande presença passear ao redor da casa. ” Demis Roussos tinha uma variedade de projetos. Seis dias antes de  morrer, ele convocou um empreiteiro. Ele queria, disse ele, para construir sobre a Acrópole. E por que não apenas mais um álbum com Picci, que fez dele o último, em 2009.

Demis Roussos morreu de costas para a morte: “Meu pai amava a vida tanto.”

ETERNO DEMIS !!

Artigo lançando em 2015 !! A Europa viu desaparecer na passada segunda feira (25-01-2015) um dos maiores ícones do rock progressivo e da pop. Demis Roussos não resistiu a um tumor maligno no sistema digestivo e desapareceu aos 68 anos de idade. É em muito graças a este senhor que podemos afirmar que conhecemos um cantor oriundo da Grécia, ainda que o seu apogeu tenha sido na década de 60 e 70. Quem não tem uns pais ou uns avós que cantaram, dançaram ou vibraram com alguns dos temas do cantor que tinha o vento como amigo? Como forma de homenagear o cantor que tantas alegrias deu aos nossos familiares, escolhemos cinco curiosidades que caracterizaram a carreira de Demis Roussos. É dos poucos artistas gregos que conseguiu ter projeção internacional, inclusive cá. Muitos não sabem, mas o artista grego era muito popular em Portugal nos 70’s e 80’s, altura em que colocou muitos dos seus singles nos tops um pouco por toda a Europa. Se hoje em dia aquilo que se ouve no carro é um pouco à base do sertanejo brasileiro e do kizomba, back in the days os nossos pais e tios curtiam à brava com Rain and Tears, Forever and Ever ou Happy to Be on an Island in the Sun. Outros tempos… Começou a carreira numa banda de rock progressivo juntamente com Vangelis Pode parecer estranho à primeira vista, mas algumas bandas de rock e heavy metal, como por exemplo, os Opeth, citam o vocalista helénico como uma das maiores influências para as respectivas carreiras. Acontece que Demis Roussos foi, no final da década de 60’, o frontman da banda Aphrodite’s Child juntamente com Vangelis. A banda tocava rock progressivo do bom e causou sensação com clássicos como End of the World ou o genial 666. É aceite que a voz de uma pessoa depende até certo ponto do físico da mesma. Com efeito, um indivíduo com excesso de peso será mais propenso a ter uma voz mais grave do que um outro com peso normal. Não foi, contudo, o caso de Demis Roussos. O cantor nunca foi propriamente uma pluma, mas a sua voz recheada de notas médias e agudas tornou-se uma característica inconfundível e com a particularidade do próprio nunca ter recorrido ao auto tune. Fez parte do estreito grupo de artistas que esgotou o Maracanã. Foram mesmo muito poucos os cantores que encheram o famoso estádio do Rio de Janeiro. Na sua primeira atuação no Brasil, em 1972, o cantor grego juntou mais de 150 mil pessoas para assistir à interpretação de temas próprios e também dos Aphrodite’s Child. Foi, assim, o primeiro artista a esgotar o antigo complexo desportivo. Este feito apenas voltou a ser igualado na década seguinte por Frank A esmagadora maioria das pessoas conhece a famosa canção que fez parte da banda sonora do filme com o mesmo nome, quanto mais não seja pelas múltiplas aplicações que a mesma tem tido ao longo dos anos. Mas certamente poucos saberão que Chariots of Fire foi composta por Vangelis com a ajuda de Demis Roussos. Os dois ex-colegas de banda fizeram um trabalho tão memorável que lhes valeu o Óscar de Melhor Banda Sonora, na cerimónia de 1982.
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EM NOS 1980, DEMIS ROUSSOS MUITO MAGRO !!!

ENTREVISTA COM CYRIL ROUSSOS: Comemorado internacionalmente e elogiado na Grécia, Demis Roussos morreu no hospital Ygeia em Atenas em 25 de janeiro de 2015. Na época, os gregos estavam grudados em seus aparelhos de TV quando o partido da coalizão de esquerda radical SYRIZA assumiu o poder sob a bandeira de que romperia acordos de resgate com os credores da Grécia. Junto com os rápidos desenvolvimentos políticos, a morte de Roussos 'abalou a sociedade grega marcando o fim de uma era. Um nome familiar em sua vida, ele vendeu mais de 100 milhões de álbuns em todo o mundo. Mais conhecido por seus sucessos solo nas décadas de 1970 e 80, ele gravou a si mesmo no coração dos ouvintes graças ao pop mediterrâneo e baladas românticas ensolaradas. Nascido em Alexandria quando era um caldeirão de culturas e religiões, ele se misturou com armênios, sírios, italianos e egípcios, frequentou a escola grega e se apresentou no coro da Igreja Bizantina. Em suas últimas entrevistas, no entanto, ele falou de seu verdadeiro legado - seus filhos Emily e Cyril, referindo-se à paternidade como um “trabalho em tempo integral”. Apenas um mês antes de sua morte, Demis Roussos selecionou as faixas para uma compilação oficial em CD do trabalho de sua vida, incluindo notas de seus dois filhos, que foi lançada de forma pós-humilde em março de 2015. Agora, Cyril dá continuidade ao legado musical à sua maneira, continuando a “conversa na melodia, harmonia e notas”. Nascido na França, rodeado de música, ele conversou com a jornalista Penelope Massouri sobre seu pai, a indústria da música hoje e seus próprios sonhos e lições de vida. O que mais te inspira durante as gravações? Para mim, o processo de estúdio é de colaboração e criatividade. Não sou um daqueles artistas que precisa que tudo seja feito da maneira que pensei durante a concepção. Eu sei que não sou perfeito e sei que não sei tudo. Gosto de receber contribuições criativas de outros músicos e técnicos de som porque acredito que criatividade é mais do que apenas expressão; é comunicação também. Portanto, embora eu apareça no estúdio com um guia de como quero que uma música soe, vou ouvir o que meus músicos têm a dizer sobre como estão ouvindo a música e isso imediatamente inicia uma conversa em melodia, harmonia e notas que desperta inspiração. Depois disso, se os resultados forem bons, eu mantenho e se não gosto do que estou ouvindo; Eu não. O que Paris significa para você? E quanto a Atenas? É a hora certa para voltar? Ambas são cidades que adoro e com as quais tenho um longo relacionamento. Mas quando se trata de música como uma carreira, eu realmente não acho que a localização importa mais quando se trata de desenvolvimento. A relevância de um artista e o crescimento do ouvinte hoje dependem da internet e da mídia social, com as quais você pode se engajar de qualquer parte do mundo, desde que tenha acesso à internet. O que ainda é relevante sobre a localização, ou era até que o COVID-19 mudou tudo, é quando se trata de tocar ao vivo, que é a única maneira de os músicos ganharem algum dinheiro além da venda de mercadorias físicas. Alguns países ou cidades têm mais locais do que outros, oferecendo mais oportunidades para os artistas se apresentarem. Mas, como mencionei antes, com COVID-19 tudo mudou. Ninguém em lugar nenhum está se apresentando e muitos locais em todo o mundo correm o risco de fechar suas portas para sempre. Portanto, por enquanto, vejo pouca diferença em onde estou fisicamente. Amanhã é outra história. Quando e como você fez sua primeira viagem à Grécia? Eu era muito jovem para me lembrar da primeira vez que vim para a Grécia; Eu tinha apenas três anos. Mas lembro-me de visitar aqui muitas vezes enquanto crescia e, claro, o que mais me lembro são as ilhas e os verões, eram mágicos. Eles ainda estão. Descreva um dia perfeito com seu pai que você gostaria de lembrar. Você sabe, tínhamos muitas pessoas ao nosso redor o tempo todo, especialmente quando eu era criança. Então, os melhores momentos que passei com meu pai foram quando éramos só ele e eu. Quer fosse sair e conversar na cozinha enquanto Demis cozinhava ou assistir a um filme juntos e depois pegar algo para comer, esses são os momentos de que mais me lembro e mais sinto falta. Qual é o seu filme, música e livro favoritos? Essa é, acredite ou não, a pergunta mais difícil que alguém pode me fazer. Há tantos para escolher que deixaram uma impressão em minha vida que escolher um parece lamentável. Mas, por enquanto, eu diria para o filme “The Blues Brothers” para música, “Jeremy” (a versão desconectada) do Pearl Jam e para os livros “The Picnic and Suchlike Pandemonium” de Gerald Durrell. O que você faz para recarregar suas baterias criativas? Onde está sua fonte de inspiração? Inspiração pode vir de qualquer lugar. Normalmente, um momento ou um evento que me impressiona pode levar a uma música. Eu também tenho muitas ideias quando viajo. Ir a algum lugar natural à beira-mar ou nas montanhas é uma ótima maneira de esvaziar o barulho da sua cabeça, abrindo espaço para a musa dançar. O que te dá esperança em tempos difíceis? Minha família. Minha esposa é muito boa em apontar o lado melhor da vida sempre que a levo muito a sério e meus filhos me dão muita esperança enquanto crescem. Eles são meus maiores professores. Existem coisas que você gostaria de saber quando era mais jovem? Tudo! É engraçado, quando eu era criança, as pessoas da minha idade costumavam me dizer quando me lembravam de quando eram crianças "Se eu soubesse então o que sei agora ..." e eu zombaria deles da mesma forma que meus filha velha zomba de mim agora, quando digo a ela exatamente a mesma coisa. Qual é a lição mais importante que a vida te deu dentro e fora da cena musical? “Seja verdadeiro para consigo mesmo”. Levei muito tempo para entender o que isso realmente significa. Se você tentar construir sua vida com base no que os outros esperam de você e se você os faz felizes ou não, profissional ou pessoalmente, você irá falhar e fracassar gravemente em algum ponto porque acabará chegando à conclusão inevitável de que você não é nada mais do que uma parte de uma máquina construída por outros e isso o deixará infeliz. Por outro lado, se você construir sua vida com base em quem você realmente é e quais são suas verdadeiras paixões, então, como indivíduo, você sentirá um propósito e isso o fará feliz e, em minha opinião, a vida é muito curta para ser qualquer coisa outro. Houve uma música que fez você se esforçar mais do que as outras ao gravá-la? Na verdade. Eu sabia o que queria para essas músicas e tive a sorte de trabalhar com alguns músicos de sessão muito talentosos, bem como meu co-produtor, então o processo foi bastante fácil e um prazer. Eu sou uma daquelas pessoas que se algo me incomoda ou se estou apenas preso em algo, coloco de lado e trabalho em outra coisa, revisitando o problema mais tarde com novos ouvidos, mas no caso de “Abertura Night ”as coisas funcionaram perfeitamente. Quando a crise acabar, você acredita que haverá um grande ‘boom’ de alegria em tudo, especialmente no setor de entretenimento? Como você está se preparando para essa possibilidade? É possível. Acho que as pessoas sempre vão querer entretenimento e sempre vão querer sair para compartilhar essa experiência com outras pessoas. Então sim, eu acredito que se você abrir bares e boates hoje, as pessoas vão aparecer, assim como se as pessoas estão com sede e você constrói um poço, as pessoas vão aparecer. Infelizmente, acredito que ainda vai demorar um pouco até vermos isso acontecer e, certamente, quando esse dia chegar, virá com medidas que não existiam antes do COVID-19. Como isso se traduzirá de forma prática e econômica para bares e clubes, veremos, mas terá um efeito direto em como nós, como artistas, podemos nos preparar para esse novo paradigma. Até então, tudo o que podemos fazer é praticar nossos instrumentos e esperar. Que memórias você carrega das boates selvagens dos anos 90? Que época louca foi aquela. Honestamente, há muita coisa que eu não lembro. Mas eu me lembro que foi quando as discotecas realmente começaram a se transformar em algo maior. Os sons, as pessoas, a vibração; foi tudo muito emocionante. Ainda estávamos em uma época em que as pessoas viviam o momento sem parar a cada cinco minutos para tirar uma selfie. O objetivo de sair era sair, não sair para que você pudesse ter algo para postar no Instagram. Pessoas de origens e estilos de vida muito diferentes, que provavelmente nunca se conheceriam em nenhuma outra circunstância, estabeleceram conexões interagindo entre si em clubes e se divertindo juntos. E o que seria definido como “Club Music” nasceu naquela época também. Então a música que os DJs começaram a tocar era nova e progressiva e diferente de tudo que estávamos acostumados a ouvir até então em clubes ... e estava apenas começando. Todas as noites eram uma festa e éramos tão jovens e inocentes. Achamos que duraria para sempre. Quais são as três características que você acredita que seu trabalho exige? Você precisa ser capaz de ouvir. Você precisa confiar em seus instintos. E você precisa cometer erros para que possa aprender com eles. Seu pai é um modelo para você saber que é mais velho? Estou em uma idade agora que me lembro quem foi meu pai com uma lembrança clara. Meu pai e eu somos pessoas muito diferentes, mesmo tendo muitas semelhanças em nosso caráter, então há muitas coisas em um nível pessoal que simplesmente não são as mesmas para mim e para ele. Uma coisa que tenho muito respeito e espero ter aprendido foi seu profissionalismo e seu senso de negócios quando se tratava da indústria da música. Ele sabia do que estava falando quando se tratava disso e é claro que ele teve uma grande carreira internacional que durou muitos anos, com a qual ele aprendeu. Além da música, que outro talento você gostaria de ter? Eu gostaria de poder desenhar melhor. Eu não sou muito bom nisso. Eu também gostaria de ser mais esperto com dinheiro. Eu também não sou muito bom nisso. O que você mais admira em uma mulher? Paciência. Uma mulher pode ter uma paciência infinita quando se trata das coisas e pessoas que ama e já que sou alguém com quem você precisa de muita paciência; Eu respeito e admiro isso. Os astros do rock são ídolos ou os médicos são os verdadeiros ídolos? Como eu gostaria de poder responder que era qualquer um desses, mas infelizmente não posso. A verdade é que os ídolos de hoje são YouTubers, influenciadores do Instagram e bilionários da tecnologia. Como sociedade, estamos fazendo algo muito errado. Qual é o seu lema? Sempre carregue dois isqueiros e um guarda-chuva.Adicione o texto do seu título aqui



A HISTÓRIA DE DEMIS ROUSSOS !! Artemios Ventouris Roussos nasceu na Alexandria, Egito, em 15 de Junho de 1946, primeiro filho de Olga e George Roussos. Durante a crise do canal de Suez, a família Roussos, com seu segundo filho Costas, deixou o Egito, deixando também para trás suas posses, seus pertences e voltaram ao país de seus ancestrais, a Grécia. Em Atenas, nos anos 60, o turismo começava a florescer. Isso deu ensejo a que muitas bandas ficassem na cidade, tocando na maior parte do tempo, hits da Inglaterra e dos Estados Unidos. Demis tocava em muitas dessas bandas, tanto como trompetista (Harry James o havia impressionado muito) como quanto baixista. Foi só quando Demis apresentou-se com o grupo We Five que foi capaz de mostrar suas habilidades como cantor. O líder do grupo decidiu colocar um intervalo sem sua performance e nele encaixar Demis para cantar o Hit do Animals, “House of The Rising Sun”, noite após noite. Demis também cantou “When a Man Loves a Woman” e “Black is Black” nos shows do grupo. Enquanto dava shows nos maiores hotéis de Atenas, como o Hilton, Demis introduziu muitos amigos músicos, como Vangelis Papathanassiou, o líder do grupo Forminx, com quem Demis se deu muito bem. Junto com Agyrilos Kouloris e Loukas Sideras, criaram o grupo APHRODITE´S CHILD (O nome fora dado por Lou Reisner), que iria se tornar famoso. As primeiras duas gravações do grupo “Plastics Nevermore” e “The Other People” foram feitas para a Phonogram na Grécia e foram entusiasticamente recebidas na Europa, especialmente em Londres e Paris. Os rapazes receberam e aceitaram com prazer, um convite para ir a Londres no início de 1968. Contudo ocorreram numerosas complicações: era muito difícil obter, nessa época, licença de trabalho, principalmente na Inglaterra. Além disso, AgyrilosKoulouris fora chamado para servir o exército e os que ficaram no grupo, acabaram indo para Paris, onde o produtor Pierre Sberro, gravou o single “Rain and Tears”. O Aphrodite´s Child teve sorte de gravar esta canção nesta época; os tumultos de Maio de 1968 em Paris levaram a economia francesa a uma parada de crescimento. O single foi um hit instantâneo por toda a Europa e o primeiro LP do grupo “End of the World”, estava nas lojass no outono de 1968. Como o single anterior, a canção que dava nome ao álbum se tornou um grande sucesso. Mas no verão de 1969, a adaptação do grupo para “Plaisir d´amour” , reintitulado “I Want to Live”, encabeçou todas as paradas da Europa. Depois, veio uma gravação genuinamente rock and roll, “Let me love, Let me live”, lançada no final de 1969, mas só fez sucesso na França e Ítália, outros países preferiram o lado B “Marie Jolie”. Um segundo LP foi lançado em Março de 1970 intitulado “It´s Five o´clock”, cujo título resultou em um grande hit, seguido por “Spring, Summer, Winter and Fall” no verão do mesmo ano. Quando o Aphrodite´s Child começou a gravar o seu terceiro e último LP, “666”, Silver Koulouris havia se juntado ao grupo, como seu quarto membro, mas problemas surgiriam. Vangelis escreveu praticamente todas as músicas do grupo, conseguindo assim bons ganhos com direito autoral, enquanto os outros membros tinham que contar só com o que ganhavam nos shows. Como Vangelis preferia estar no estúdio trabalhando nas “suas” músicas, ele regularmente cancelava os shows, o que naturalmente prejudicava os outros financeiramente. Durante as gravações de “666”, as coisas se definiram: Demis e Loukas tomaram caminhos separados em 1971. Vangelis punha o toque final no último álbum do Aphrodite´s Child. Começa então a carreira solo de Demis. Ele grava um single para a Phonogram na França, mas “We Shall Dance” não foi um hit imediatamente. Então Demis embarca em uma turnê com Loukas Sideras, Harris Chalkitis e Lakis Vlavianos, entre outros. Durante a turnê, “We Shall Dance” se tornou um enorme sucesso na Itália, depois na Espanha, Portugal, França e eventualmente em toda a Europa. O Primeiro álbum solo de Demis, “On the Greek Side of My Mind” foi lançado em Novembro de 1971. Em Março de 1972, seu segundo single solo “No way out” foi lançado, mas infelizmente não fez sucesso. Seu terceiro single, contudo, “My Reason” se tornou um hit em todo o mundo no verão de 1972. Consequentemente, um segundo LP solo foi gravado e lançado em Abril de 1973, precedido pelo single “Forever and Ever”, que se tornou um clássico, vendendo mais de 12 milhões de cópias. No seu LP “Forever and Ever” havia nada menos que 6 hits singles, incluindo “Goodbye my Love, Goodbye”, “Velvet Mornings”, “Lovely lady of Arcadia”, “My friend the wind” e “My Reason”. Em 1973, Demis estava “por cima” na Europa, América Latina e Canadá. Dava concertos por todo o mundo. Em 1974, durante seu primeiro concerto no Ahoy em Rotterdam, Holanda, ele lançou em premiere, seu novo single “Someday, Somewhere”, que se tornou o precursor de seu terceiro álbum solo, “My Only Fascination”. Em 1975, 3 álbuns de Demis, “Forever and Ever”, “My Only Fascination” e “Souvenirs”, encabeçaram os 10 mais nas paradas de sucesso da Inglaterra. Pela primeira vez na história, um EP comandava os singles das paradas de sucesso, intitulando-se “The Roussos Phenomenon”. Demis devia sua enorme popularidade principalmente a seus shows ao vivo, que lhe davam um número enorme de fãs. Tudo isso foi mostrado em um documentário da BBC de 50 minutos que, também se intitulou “The Roussos Phenomenon”. Nesse meio tempo, Demis havia se tornado um astro na Alemanha, com hits como “Goodbye my love, goodbye”, “Schones madchen aus Arcadia” e “Auf Wiedersehn”. Essas canções eram escritas na maior parte por Leo Leandros, que também produziu as mesmas. A França sempre foi um segundo lar para Demis, e num sentido artístico, foi seu primeiro lar. Foi com razão então que ele gravou em 1977 seu primeiro álbum em francês. A canção título era “Ainsi Soit-il”. Tornou-se um enorme hit. Demis e Vangelis tiveram uma reunião e Vangelis produziu o álbum “The Demis Roussos Magic”, ainda em 1977. Uma canção deste álbum “Because”, tornou-se sucesso em vários países, incluindo a França, onde foi gravada em francês com o nome de “Mourir auprès de Mon Amour”. Foi um dos maiores sucessos da carreira de Demis. Em 1978, Demis foi aos Estados Unidos. O produtor Freddie Perren (Gloria Gaynor, Tavares) foi escolhido para adaptar o estilo de Demis ao mercado americano. A despeito do fato de que tanto o single “That once in a Lifetime”, quando o álbum “Demis Roussos” terem sido sucesso na terra de tio Sam, a turnê ficou abaixo das expectativas. 1979 foi um ano para uma Europa unida. O álbum “Universum” foi lançado neste ano em 4 idiomas: francês, alemão, italiano e espanhol. Demis fez sucesso particularmente com o álbum na Itália e na França, ajudado pelo hit “Loin des yeux, Loin du coeur”. Na Austrália e Nova Zelândia uma coletânea foi lançada, intitulada novamente de “The Roussos Phenomenon”, escorada por longa turnê, seguida pelo lançamento de sua primeira gravação ao vivo, que só foi lançada em LP nos países onde seus shows e vendas de discos se mantinham em alta na época. David Mackay foi requisitado para produzir o álbum de Demis, “Man of the World” em 1980, que resultou em um grande hit, “Lost in Love”, um dueto com Florence Warner. Sua versão de Harry Wilson, “The Wedding Song” do musical Zapata também se tornou um grande hit na Itália, e “Sorry” (escrita por Francis Roussie e Bernie Frost, do Status Quo) pegou bem na Inglaterra. Uma versão vocal de “Chariots of Fire” foi produzida por Vangelis em 1981, “Race to the End”, como precursora do extraordinário álbum “Demis”. Em 1982, Demis surpreendeu todo mundo com o álbum “Attitudes”, talvez o melhor que ele já gravou. Produzido por Rainer Pietsch do Tangerine Dream, “Attitudes”, incluía as canções “Follow-me” e “House of the Rising Sun”. Infelizmente o álbum não foi um sucesso comercial. Então Demis e Vangelis decidiram gravar um álbum de sucessos dos anos 50 e 60 chamado “Reflection”. Contudo apesar da sua alta qualidade, este álbum também não foi um sucesso e exceto pelo álbum “Senza Tempo” para uma companhia italiana, Demis (que estava morando em Londres por um tempo) não cantou. Com sua então namorada Pamela Smith, Demis voou de Atenas para Roma em 14 de Julho de 1985. O avião foi sequestrado e Demis mantido prisioneiro em Beirute por 5 dias. A única maneira de superar a traumática experiência foi trabalhar com música novamente. Por isso, ele foi a Holanda e gravou o single “Island of |love”, que pode ser considerado um retorno. Na primavera de 1986, seu sucessor, “Summerwine” (originalmente gravado para um show de TV) e o CD “Greater Love” foram lançados. Em 1987, Demis voltou ao estúdio para um álbum com novas versões, gravadas em digital, de seus maiores hits. “The Story of Demis Roussos” vendeu mais de 800.000 cópias. Ele gravou também seu primeiro álbum de natal e duas canções para uma companhia francesa, “Les Oiseaux de ma jeunesse” e “Quand Jet’aime”. A última canção foi originalmente o lado b, mas se tornou um enorme sucesso na França, Bélgica e Suíça. Em 1988, o CD “Time” foi lançado (a canção título também foi lançada em single), seguido por “Voice and Vision”. Desse álbum, a canção “On ecrit sur les murs” se tornou um grande hit. Em 1992, “The Story of Demis Roussos” e “X-mas album” foram lançamentos de sucesso de Demis sob o selo Arcade, ambos contendo muitas novas canções. Estes álbuns fizeram imenso sucesso na França e Alemanha. 1993 foi um ano importante porque celebramos 25 anos de Demis Roussos, com o álbum “Insight”, que inclui sua versão para “Morning has Broken”, canção que foi lançada em single e seguida por concertos em 1993. É muito difícil colocar em palavras o que Demis significa e têm significado para milhões de amantes da música. Demis continua, graças a Deus, trabalhando com música, mas ao mesmo tempo ama e desfruta a vida. Em 1995 e 1996, Demis gravou três álbuns na Holanda; “Demis Roussos In Holland”, “Immortel” e “Serenade”. O primeiro álbum que gravou como um presente especial para seus muitos fãs na Holanda. O segundo álbum contém clássicos franceses e para “Serenade” ele gravou as Óperas italianas de uma maneira moderna. Poucos meses após o lançamento de seu último álbum, ele fez um acordo com a BMG na França, onde lançou em 1997 “mon île”, um álbum francês com influências étnicas. Em 2002, ele realizou mais de 30 shows no Reino Unido, enquanto seu álbum “The Definitive Collection” provou ser mais uma vez um grande sucesso, tornando os 20 melhores nas paradas de álbuns no Reino Unido. Depois disso Demis realizou-se em muitos países do mundo, África do Sul, Brasil e Romênia para citar alguns. Sua maior paixão, contato direto com seus fãs. 2009: O álbum da alma do rock de Demis Roussos Depois de décadas de sucesso, depois de ter feito sua marca na história da música misturando influências de Rock and Blues para Soul e Disco, Demis Roussos voltou com um novo álbum assassino; Blues e alma manchada, com uma voz para morrer. O álbum, produzido por Marc di Domenico, recebeu uma ótima recepção com os fãs e os críticos. Em 2010, Demis tocou ao vivo no Teatro Romano de Herodes Atticus, em Atenas, como um agradecimento especial a todos os seus fãs. Depois disso, Demis continuou viajando apesar de alguns sérios problemas nas costas, mas ele não deixava seus fãs caídos. No final de 2014, ele foi diagnosticado com câncer de pâncreas, do qual morreu no início da manhã de 25 de janeiro de 2015..

DEMIS ROUSSOS : UMA CARREIRA COLORIDA – PUBLICADO EM 26 DE JANEIRO DE 2015 NA BBC:

Famoso por seus kaftans volumosos e voz altíssima, ele foi um elemento fixo nas paradas do Reino Unido em meados dos anos 70, marcando o primeiro lugar com Forever and Ever e vendas globais de álbuns de mais de 60 milhões.

O que havia embaixo daqueles kaftans?

Roussos apareceu no Top of the Pops nos anos 1970
As roupas de palco que são a marca registrada de Roussos lhe valeram o apelido de “o rei do caftan” – ou, mais cruelmente, “a tenda cantora”.

“Designers de todo o mundo costumavam fazer isso para mim”, disse ele ao Daily Mirror em 2002.

Quando ele decidiu vender sua coleção para caridade na década de 1990, foram necessários três leilões – um em cada no Reino Unido, Alemanha e França.

Questionado se ele usava alguma coisa por baixo daquelas túnicas esvoaçantes, ele uma vez respondeu: “Claro que não. Nunca usei.

“Foi fantástico. Foi engraçado. Quando eu estava no palco, sempre havia mulheres na primeira fila que tentavam procurar meu caftan.”

“Este país foi um dos meus territórios mais importantes”, disse Roussos ao The Guardian em 1999, falando sobre o Reino Unido.

“Em 1975 eu tinha o prêmio de melhor artista masculino, o prêmio de melhor single, o prêmio de melhor álbum. O Abba e eu pegamos tudo. Hahahaha!”

Mas por que esse cantor grego de repente ficou tão popular?

Um ano antes, ele era um nome conhecido no resto da Europa. A BBC até fez um documentário – “The Roussos Phenomenon” – apontando a discrepância.

A descoberta final do cantor veio em um momento em que a grega Nana Mouskouri também começou a fazer sucessos no Reino Unido.

Roussos achava que o momento era devido ao advento das viagens aéreas baratas, que estavam abrindo a Europa para turistas regulares.

“A razão do meu grande sucesso na Inglaterra foram os britânicos – eles começaram a querer ir de férias, como a Espanha e a Grécia”, disse ele ao The Scotsman.

“Minha música veio na hora certa. Era uma música romântica mediterrânea dirigida a todas as pessoas que queriam ir de férias. Minha música era apreciada pelas pessoas.”

O lançamento final da banda, 666, foi um álbum duplo baseado no Livro da Revelação.

O lamento excitável e operístico de Roussos dá à música uma crescente sensação de pânico, enquanto os instrumentais estendidos e improvisações pressagiam o movimento do rock progressivo.

Não sem razão, é visto como o primeiro álbum conceitual de um rock.

Depois que Aphrodite’s Child acabou, Roussos continuou a gravar com Vangelis, mesmo durante seus anos de sucesso de audição fácil.

Sua colaboração de maior sucesso foi Race to the End – uma adaptação vocal do tema para Chariots of Fire.

Em 14 de junho de 1985, Roussos embarcou no vôo 847 da TWA de Atenas para Roma – e se viu à mercê do grupo militante libanês Hezbollah.

Dois sequestradores, que contrabandearam uma pistola e granadas pela segurança do aeroporto, mantiveram os passageiros sob a mira de uma arma, exigindo a libertação de 17 membros do Hezbollah e do Partido Daawa Islâmico Iraquiano.

O avião foi desviado para Beirute, depois para Argel, e o suboficial da Marinha dos EUA, Robert Dean Stethem, de 23 anos, foi morto.

Roussos passou cinco dias – incluindo seu 39º aniversário – em cativeiro, antes de ser libertado em Beirute (outros 40 ou mais passageiros, principalmente dos EUA, suportaram mais duas semanas no avião).

Em entrevista coletiva após sua libertação, o cantor disse que foi “muito bem tratado”.

“Eles me deram um bolo de aniversário e um violão, para cantar”, disse ele. “Eles foram muito educados e simpáticos connosco.”

Ao longo dos anos, alguns jornais disseram que ele havia feito uma serenata para os sequestradores. Outros alegaram que ele havia jurado lealdade ao Hezbollah.

Roussos, que raramente falava sobre o incidente, admitiu que estava irritado com os exageros em uma entrevista ao Daily Telegraph da Austrália em 2006.

“Não é todo dia que uma superestrela do pop se envolve com o terrorismo como vítima, então a imprensa aproveita para dizer coisas que acha engraçadas.

” Eu gostaria de ver o jornalista [que relatou a reclamação pela primeira vez] na frente da mira de uma arma como eu. Acredite em mim, se ele estivesse lá, ficaria com tanto medo que não se importaria em escrever coisas estúpidas como essa. “

A experiência mudou sua vida, e Roussos passou anos promovendo a paz por meio da música.

“Os músicos são como um pregador, um professor, um ator”, disse ele. “Você é o mediador que pode transferir a energia de uma bela música para os outros. ”
Roussos foi amplamente ridicularizado por sua estatura corpulenta no auge de sua fama, mas insistiu: “Não me ofendi. Diverti-me muito com ele e ganhei muito dinheiro com isso”.

Mas no início dos anos 1980 ele sentiu que seu peso havia se tornado uma distração.

“Estava se tornando mais importante do que cantar”, disse ele, e foi para a Califórnia – onde era um desconhecido – para perder 50 kg em 10 meses.

Mais tarde, ele co-escreveu um livro de dieta, A Question Of Weight, que continha receitas, diários de perda de peso e um relato franco de sua luta contra a depressão.

Roussos também explicou como, antes de perder peso, ele fazia concursos de alimentação.

“Organizei duas competições”, escreveu ele, “sendo uma que conseguia comer massa mais rápido e a outra que conseguia comer mais massa do que eu.”

“Claro, eu raramente perdia.”

NA ÉPOCA DA MORTE DE DEMIS, EMILY FALA COM OS JORNAIS:

 

“Estou em Atenas, na casa o pai, entre o mar e a montanha, onde morreu na noite de sábado para domingo”, disse ao telefone, sua filha Emily Roussos, com voz tomada pela emoção. Em abril passado, (2014 )durante uma visita de rotina, o médico descobriu que ele tinha um câncer de estômago em estágio avançado. “Sabendo do pânico sobre a doença e a morte, minha mãe, meu irmão, o médico e eu decidimos não lhe dizer nada.” Mesmo em quimioterapia , a família dizia a ele que eram apenas algumas células cancerosas para eliminar rapidamente, sem nunca mencionar a real gravidade de sua condição. Extravagâncias como essa, Emily viveu em outros.

Aos 44 anos, ela sabe de cor o breviário das estrelas das crianças e suas famílias em kit “Minha mãe Monique, uma francesa foi sua primeira esposa, a 2ª. segunda Dominique logo meu deu o meu meio-irmão Cyril, Pamela foi a Terceira esposa nos EUA e Marie, o último com quem viveu 22 anos e que o acompanhou até o fim “. Menos artista que o pai, Emily se lembra com horror as cenas de multidão em volta de seu pai nos aeroportos. As manchetes nos jornais diziam “O castelo onde os gatos comem caviar.” Uma dúzia de Rolls Roices foi alinhado na garagem. Os motoristas estavam usando boné preto uniforme e luvas brancas. Uma nuvem de servidores iria correr em volta do relógio no vasto edifício, enquanto a leoa, Sarah, que vivia em liberdade, espantava a criançada.

“Meu pai adorava tanto a vida”

“Meu pai seria muito bom em entrar em birras épicas lembra Emily, eu realmente descobri até mais tarde. Fui eu quem trouxe o processo de saber, fazendo um documentário sobre ele “. Lá, sob a estrela, os efeitos trajes, o excesso, ela descobre o ser humano, o verdadeiro. “Eu encontrei esta criança sinceridade, eu me sentia. Eu não estava enganada , mesmo que ele não era do tipo de dizer eu te amo. Ele acaba de nos deixou e eu ainda vejo sua grande presença passear ao redor da casa. ” Demis Roussos tinha uma variedade de projetos. Seis dias antes de morrer, ele convocou um empreiteiro. Ele queria, disse ele, para construir sobre a Acrópole. E por que não apenas mais um álbum com Picci, que fez dele o último, em 2009.

Demis Roussos morreu de costas para a morte: “Meu pai amava a vida tanto.”

A DELICADEZA ENIGMÁTICA DO APHRODITE´S CHILD:
Por Rose Gomes

O progressivo é um gênero de música bastante complexo e extremamente bem elaborado. Acredito que tanto os verdadeiros adoradores, como os músicos desta vertente sejam pessoas de vasta sensibilidade musical, pois somente tendo os sentidos bastante aguçados podemos enxergar com exatidão a beleza de cada nota destas canções.
Geralmente as bandas que fazem esse som são compostas por grandes músicos, que é o caso do Aphrodite´s Child, grupo de origem grega formada no final dos anos 60, mais precisamente em 1968. Nos vocais a primorosa voz de Demis Rousssos acompanha o talento inegável do multi-instrumentista e compositor principal da banda, Vangelis Papathanassiou (que viria a ser conhecido por inúmeros trabalhos em temas de filmes como Carruagem de Fogo e Blade Runner) e o baterista Loukas Sideras.
Instrumental preciso e harmonioso, letras sensíveis, videoclipes “lúgubres” que transmitem a sensação de tristeza e ao mesmo tempo saudosismo fazem desta banda uma verdadeira joia rara.
Em 1968 a banda lança seu primeiro single, Rain and Tears, que obteve grande sucesso e vendeu um milhão de discos apenas na França onde serviu como tema dos motins estudantis da época. Posteriormente foi lançado ainda no mesmo ano o álbum debut “End of the World” que traz grandes músicas como Don´t Try to Catch a River, Valley of Sadness e You Always Stand in My Way. O destaque deste disco é sem dúvida o instrumental. Teclado e bateria se harmonizam divinamente em todas as canções.
No ano seguinte é a vez de “It’s Five O’Clock” chegar às lojas. O disco mantém a mesma pegada de seu antecessor e traz excelentes canções como a faixa título It’s Five O’Clock, Let Me Love, Let Me Live e a beatlesística Good Time So Fine. A bateria se destaca mais uma vez e o baixo marca presença fortemente em todas as faixas.
Também não posso esquecer de comentar sobre o belíssimo compacto “Spring, Summer, Winter and Fall”, lançado em 1970 que é de uma delicadeza enigmática e tocante.
“666” é o último e mais precioso álbum. Levou mais de um ano para ser gravado e foi lançado quando a banda já havia se separado. Uma verdadeira obra prima lançada em 1972 que traz um trabalho conceitual baseado no Apocalipse de São João, do Livro de Revelações da Bíblia.
O disco duplo inicialmente era quádruplo, mas foi censurado pela gravadora Mercury, que cortou diversas faixas. Os destaques instrumentais ficam sem dúvida com a bateria bem marcada e o baixo melindrosamente hipnotizante. Por ser conceitual a viagem só fica mesmo garantida se você ouvir o disco faixa a faixa, mas é claro que existem algumas que se destacam mais e bons exemplos são as músicas Do It, que apesar de ser curta traz um instrumental vibrante, The Lamb, Hic and Nunc, Break e Infinity, umas das obras mais polêmicas da banda. A faixa traz a atriz Irene Papas repetindo as frases “”I was, I am, I am to come”, uma inversão para “who was, is, is to come” contida no livro da Revelação e atribuída a Deus. A ideia da música é mostrar o momento onde o diabo percebe ser um anjo caído e descobre que a única maneira de sobreviver e ter força é transando consigo mesmo até atingir o orgasmo. A interpretação da atriz é, digamos, bastante convincente, tanto que na Espanha esta faixa foi tirada do álbum e o mesmo teve suas vendas proibidas no país por um bom tempo. Acredito que este álbum seja de extrema importância dentro do gênero progressivo.
Infelizmente a banda se dissolveu e os músicos seguiram caminhos diferentes, mas o que realmente importa é que esta incrível banda deixou trabalhos excepcionais e obrigatórios nas discotecas dos aficionados pelo progressivo. (19122014)

A HISTÓRIA DO GRUPO APHRODITE´S CHILD:

Depois de uma tentativa frustrada para entrar na Inglaterra, a banda reagrupou-se em Paris, onde o guitarrista Anargyros “Silver” Koulouris juntou-se a eles (embora ele fosse forçado a deixar a banda devido a prestação do serviço militar, com a guitarra e baixo sendo tocados por Roussos durante sua ausência).
A biografia do Aphrodite’s Child se mescla com a do artista Demis Roussos, o vocalista desse grupo. A partir dos 15 anos de idade, quando sua família mudou-se do Egito e voltou para a Grécia, Demis participou de vários grupos musicais. O primeiro, com 17 anos, The Idols, onde Demis tocava guitarra e baixo; os outros membros dos Idols: Jo (primo de Demis), Natis Lalaitis, Nikos Tsiloyan e Anthony. Nessa época, Demis tinha de trabalhar para sustentar sua família. Já nesse grupo Demis começou a destacar-se como cantor, a partir do momento no qual foi solicitado para substituir o vocalista, que estava cansado, para cantar algumas canções (o que começou com “The House of the Rising Sun” e “When a Man Loves a Woman”).
Com o compositor Lakis Vlavianos, Roussos deu início à banda We Five, já como vocalista principal. Mas somente começou a ficar mais conhecido a partir de 1968, com a banda de rock progressivo Aphrodite’s Child, formada no Reino Unido, para a qual Demis associou-se a outros dois músicos gregos, respectivamente, Vangelis (ou Vangelis Papatanassiou) e Loukas Sideras, primeiramente como vocalista e depois também como guitarrista e baixista. Vangelis ficou como compositor principal e tecladista, enquanto Loukas cuidava da bateria. No entanto, por falta de permissão para trabalhar na Inglaterra, o grupo mudou-se para Paris, então atingida pela Revolução de Maio de 1968. O primeiro álbum foi Rain and Tears, o qual obteve tremendo sucesso e vendeu um milhão de discos apenas na França. Nos próximos anos, o desempenho do grupo foi excelente. Com a voz de estilo de ópera de Roussos, a banda passou a ter sucesso em nível internacional, inclusive com 666, o último álbum. Logo após o lançamento dessa obra, por razões diversas, decidiram acabar com o grupo. Mas antes da dissolução, o Aphrodite´s Child estourou na Europa e outros países com grandes sucessos, tais como: Rain and Tears (Compositor: Vangelis, letrista = Boris Bergman); It’s Five O’clock, I Want to Live, End of the World e Spring, Summer, Winter and Fall.

40 ANOS DE 666 DO APHRODITE´S CHILD – POR MAIRON MACHADO

Um dos discos mais ousados da história da música está completando 40 anos nesse mês de junho. Trata-se da obra-prima 666 (The Apocalypse of John, 13/18), lançado pelo grupo grego Aphrodite’s Child.
Aos desconhecedores desse grandioso álbum, fica o alerta da necessidade mais que urgente de ouvir a história registrada nesse álbum duplo, o qual demorou vários meses para ser lançado, envolto em torno de polêmicas e brigas entre os integrantes do grupo.
Formado por dois grandes nomes do rock grego, o vocalista e baixista Demis Roussos e o tecladista Vangelis, além do baterista Lucas Sideras, o Aphrodite’s Child já fazia algum sucesso no final da década de 60, através de canções que lembravam bastante a fase psicodélica do grupo australiano Bee Gees, e entrou o ano de 1970 com dois discos na carreira: End Of The World (1968) e It’s Five O’Clock (1969), destacando canções como ‘Rain And Tears’, ‘Let Me Love, Let Me Live’ e ‘It’s Five O’Clock’, além do compacto ‘Spring, Summer, Winter And Fall’ de 1970, que inclusive chegou a ser lançado aqui no Brasil.
O sucesso desses dois álbuns foi tamanho na Europa (principalmente França e Itália) que o grupo partiu para uma longa turnê pelo continente, porém sem ter Vangelis nos teclados, que preferiu ficar nos estúdios para compôr trilhas sonoras para filmes. Passado a turnê, o grupo reuniu-se e começou a criar e gravar o terceiro álbum, o qual era uma adaptação ao “Livro das Revelações da Bíblia”, baseado no Apocalipse de São João, do Novo Testamento.
Para isso, recrutaram o sargento Argyris Kouloris. Ele foi o primeiro e único guitarrista do Aphrodite’s Child logo no início da banda, na década de 60, mas abandonou o grupo para seguir carreira militar pouco depois. Em 1970, ele decidiu dar um tempo ao exército, onde já estava na posição de sargento, e aceitou o convite dos velhos amigos Vangelis e Roussos para gravar o novo álbum da banda. Com a fome de um leão que não vê carne há semanas, Kouloris foi o responsável por, junto com as ideias malucas de Vangelis, por mudar o som do Aphrodite’s Child para algo totalmente progressivo.
O quarteto formado dedicou-se para a construção musical daquela que seria a principal obra da banda, totalmente criada por Vangelis e com letras do cineasta grego Costas Ferris.

Costas escreveu um livro conceitual para o álbum, 666 (The Apocalypse of John, 13/18), e a ideia era simples: um grande circo com acrobatas, dançarinos, elefantes, tigres e cavalos mostrando um espetáculo refente ao fim do mundo. Enquanto o show ocorre com diversos efeitos de luz e som, algo estranho começa a acontecer fora do circo, que é a revelação da destruição do planeta Terra. O público acredita que o que acontece fora do picadeiro faz parte do show, mas o narrador começa a alertar a plateia que aquilo é real. Então, uma imensa e densa batalha entre o bem e o mal passa a ser travada, até que um deles vença!
Mas, logo após o início das gravações, o ano de 1971 começou com o clima entre os integrantes se tornando cada vez mais pesado, já que as composições e o intelecto de Vangelis exigiam muito dos demais, além do fato de que Roussos estava se tornando incomodado com o fato de ser segundo plano. Durante três meses, as gravações ocorreram entre diversas brigas, e sem nenhuma fala sendo trocada entre Vangelis e Roussos. Inclusive, dizem que os dois chegaram a entrar em vias de fato por algumas vezes.
A guerra de egos culminou com o fim do grupo após o término de gravação do disco, que ocorreu em meados de março daquele ano. O interessante é que, segundo relatos, quando o grupo começava a gravar, era como se eles fossem os velhos amigos de sempre, rindo, trocando olhares e sentindo a harmonia entre eles, mas bastava acabar a música para as caras fechadas surgirem novamente.
Roussos partiu para uma bem sucedida carreira solo, começando com o single de ‘We Shall Dance’ (ao lado de Sideras) e com o lançamento de seu primeiro álbum solo, On The Greek Side Of My Mind (1971). Sideras também partiu para carreira solo, lançando em fevereiro do ano seguinte o disco One Day (1972), enquanto Vangelis permaneceu na gravadora do Aphrodite’s Child, a Mercury, onde viria a gravar em 1973 a trilha de L’apocalypse Des Animaux, além de se esconder sob o pseudônimo de Alfa e lançar, ao lado da namorada Vilma Ladopoulou (Beta), o single ‘Alfa Beta’.
Porém, Vangelis queria que o material gravado entre 1970 e 1971 fosse lançado de alguma forma. A autorização de Sideras e Roussos foi imediata, mas Vangelis barrava na própria Mercury, que rejeitou o álbum desde o início, a começar pelo título do disco, 666. Os chefões da Mercury achavam o nome muito sugestivo, e além disso o álbum continha algumas músicas “pesadas” para a época. No final, depois do lançamento dos trabalhos solos de Sideras e Roussos, a Mercury concordou em lançar parte do material, o que desagradou, e muito, a Vangelis.
Em junho de 1972, através da Vertigo, na época uma pequena subsidiária da Mercury (que decidiu não se expor com aquele trabalho), chegou às lojas o hoje cultuado 666 (The Apocalypse of John, 13/18) (1972), trazendo na capa a primeira das polêmicas em torno do mesmo. Originalmente, Vangelis queria que a capa fosse a mesma elaborada para o livro de Costas, onde o número “666″ era escrito como que feito por gotas de sangue sobre um fundo totalmente negro, sem nada mais. Infelizmente essa capa foi arquivada, e o que temos é apenas o “666″ gravado em letras brancas sobre um fundo negro e com um envoltório vermelho em volta. Uma capa próxima a original foi lançada na primeira versão inglesa, porém com o 666 em branco, e que foi substituído em seguida pela versão que hoje conhecemos. Essa versão inglesa é raríssima.
Nas notas, algumas linhas diziam que o disco havia sido concebido sob a influência de sahlep, o que para os produtores da Mercury era uma evidência clara do uso de drogas nos estúdios ou, então, da realização de um ritual satânico entre os membros da banda (na verdade, sahlep é uma espécie de chá turco feito com raiz de orquídea).
Deixaremos as polêmicas de lado por enquanto, e vamos partir para o maravilhoso mundo registrado em 666, sem dúvida alguma uma das melhores obras criadas no século XX. Vale lembrar que temos nele a participação especial de vários convidados, entre eles John Frost (voz), Harris Halkitis (baixo, percussão, conga, bateria, sax alto, sax tenor e caixa), Irene Papas (voz), Michel Ripoche (trombone, saxofone, sax tenor) e Vannis Tsarouchis (voz), além de textos gregos feitos por Yannis Tsarouchis.

666 (The Apocalypse of John, 13/18) (1972) – Disco 1 na íntegra

Totalmente diferente dos dois primeiros álbuns do Aphrodite’s Child, principalmente pela inclusão de Koulouris, o disco abre com os polêmicos vocais de ‘The System’, dizendo “We got the system, to fuck the system”, mostrando que ali está uma obra carregada de ironia e sarcasmo, seguida por ‘Babylon’, onde Koulouris traz o riff principal acompanhado por gritos de plateia, seguido por bateria (a qual foi tocada por Vangelis), baixo e os vocais de Roussos em um ritmo muito confuso. Metais são adicionados, executando notas curtas. A estrofe é repetida, encerrando essa primeira canção com um curto solo de Koulouris.
A deliciosa ‘Loud, Loud, Loud’ vem com os vocais ingênuos de uma criança acompanhados pelo piano de Vangelis e as vocalizações com o nome da canção, para então surgir ‘The Four Horsemen’. Essa canção parece ter sido gravada nos dias de hoje, principalmente pela levada de bateria. A faixa começa com barulhos de talheres batendo em copos e os vocais agonizantes de Roussos sendo acompanhados por acordes de teclados. O clima é de viagem total em uma das letras mais diretas e fáceis da banda. Após as duas primeiras frases, citando o primeiro e o segundo cavaleiro do apocalipse, bem como suas posses, surge o refrão, narrando a cor dos cavalos e com um acompanhamento simples de baixo, teclado e bateria (bem atual). Mais duas frases são cantadas (agora citando o terceiro e o quarto cavaleiro e suas posses), e voltamos para o refrão, para nesse embalo simples Koulouris detonar um maravilhoso solo de guitarra sobre os “pá-pá-pá-pá-pá-rá-rá” cantados por todos.
A instrumental ‘The Lamb’ apresenta instrumentos gregos, com destaque para o solo de guitarra grega feita por Koulouris e o acompanhamento de sax e vocalizações. A sequência é alucinante. Camadas e camadas de teclados, guitarra, bateria e baixo são adicionadas para formar o colchão jazzístico onde Vangelis deita seus dedos para solar livremente no moog. Fantástico é pouco, e aqui o volume máximo tem que estar nas caixas de som. O lado A encerra-se com ‘The Seventh Seal’, e a guitarra grega fazendo um tema acompanhado por xilofone e algumas intervenções de flauta, com Frost narrando a chegada do apocalipse.
O lado B começa com a viajante ‘Aegian Sea’, uma prévia do que Vangelis faria no futuro em suas trilhas sonoras. Teclados muito viajantes são executados sobre acordes de guitarra e baixo, com leves batidas nos pratos. Vozes tornam o ambiente ainda mais delirante, e é fácil fechar os olhos e enxergar um local totalmente destruído neste momento. A bateria entra, com baixo, sax e sax tenor executando o mesmo tema. Mais vozes e o tema de sax surgem, para finalmente Koulouris solar lindamente acompanhando o vocal distorcido de Frost narrando o apocalipse (“the sun was black, the moon was red, the stars were falling, the earth has trembling”). Arrepiante e ao mesmo tempo belo!
‘Seven Bowls’ é mais uma viagem, onde em meio a barulhos de percussão e teclados, vozes narram a localização das sete “bacias” do apocalipse (terra, mar, rios, sol, besta, estrelas, ar) e o que acontece com os locais, abrindo espaço para as viagens instrumentais de ‘The Wakening Beast’, com muita percussão e sons estranhos.
Cânticos são ouvidos em ‘Lament’, outra faixa arrepiante, desejando alas (amargura) para a raça humana e o rei dos reis, e que é mais uma demonstração do talento de Vangelis em criar trilhas. Os metais retornam na instrumental ‘The Marching Beast’, onde novamente podem ser ouvidos instrumentos gregos, bem como flautas e piano, que é responsável pelo solo principal.
Temos então duas faixas intercaladas por anúncios dos nomes das canções: ‘The Battle Of The Locusts’, um rockzão com um grande solo de Koulouris, mostrando toda a sua técnica, e ‘Do It’, com o solo de guitarra em um ritmo muito mais rápido, puro hard, e com ótimo acompanhamento de Roussos no baixo e de Sideras na bateria.
‘Tribulation’ é uma pequena vinheta construída pelos metais, levando a ‘The Beast’, que de forma hilária pergunta: “Quem pode encontrar a besta?”. Um rock original, cantado por Frost, com acompanhamento de piano, baixo e bateria, além de ótimas intervenções de Koulouris, com a faixa perguntando “telionoume edho pera etsi?”, ou seja, “vamos para o clímax?”. O lado B encerra com a vinheta de ‘Ofis’, trazendo uma das frases da peça teatral grega Karagiozis, Alexander the Great and the Cursed Serpent.

666 (The Apocalypse of John, 13/18) (1972) – Disco 2 na íntegra

O apresentador do circo então nos mostra as ‘Seven Trumpets’, seguida pela paulada de ‘Altamont’, onde os metais são os destaque sobre o clima denso construído pelos teclados e pela levada baixo/bateria. Roussos faz algumas vocalizações, com um belíssimo solo de Ripoche, e canta a letra da canção sobre a intrincada levada, começando a preparar o ouvinte para a alucinante sequência do disco, que irá começar com a instrumental de ‘The Wedding Of The Lamb’, novamente com muita percussão e metais.
‘The Capture Of The Beast’ é o momento de preparação para o clímax desejado no final do lado B, onde Roussos adverte que o que ouvimos antes fora “o casamento do cordeiro, e que agora irá ocorrer o casamento da besta”, isto sobre camadas de percussão e teclados, que ficam sendo empregadas durante toda a canção.

O clímax ocorre na Maravilha Prog ‘∞’, onde Irene Papas apenas fala as frases “”I was, I am, I am to come”, uma inversão para “who was, is, is to come” contida na Revelação e atribuída a Deus, de forma aleatória (e que podem facilmente serem interpretadas como “I was, I’m and I want your cum”) enquanto entra em vários estágios de histeria, no embalo de um ritmo sexual criado por um redemoinho de percussões, tocadas por Vangelis. Neste ponto, o demônio começa a utilizar esta frase dentro de seu ego e assim tenta renascer ou então criar outro ego, fazendo amor com ele mesmo até atingir o orgasmo!
A audição desta faixa é obrigatória para todos aqueles que se dizem conhecedores de música, não por ela ser uma canção excelente ou maravilhosa, mas sim pela genialidade e a ousadia do grupo em gravar algo como isso, que realmente impressiona (principalmente pelos gritos histéricos e a variação de vozes de Irene) e que em sua versão original contava com 39 minutos da mais pura orgia sendo realizada nos estúdios, o que foi rapidamente atorado pela Mercury, que chamou aquilo de blasfêmia, sendo lançados apenas cinco minutos desse espetáculo sexual, ainda contra a vontade da gravadora, mas com a justificativa de que era uma peça fundamental para compreensão da obra.
Inicialmente, quem iria cantar essa canção era algum inglês, pois Costas gostaria de ouvir a histeria do narrador através de um sotaque britânico, mas quando Irene surgiu foi dada a ideia para ela, que topou e fez todas as vozes de puro improviso, o que torna essa faixa ainda mais atraente. Outro detalhe interessante é que na Espanha essa faixa foi riscada no álbum quando do seu lançamento (algo como feito com as canções da Blitz aqui no Brasil nos anos oitenta), e a venda de 666 foi proibida por lá durante muitos anos somente por causa de ‘∞’. Dica: mostre essa música para sua mãe e diga que quem está tocando percussão é o mesmo cidadão que fez a música que estava na abertura de sua formatura e duvido que ela acredite, se é que ela vai chegar até o primeiro minuto da canção.
O lado C encerra com ‘Hic Et Nunc’, outro belo rock, com o piano sendo destaque ao lado da guitarra e das vozes. Bom som para fechar esta etapa do apocalipse.
O lado D é talvez o mais difícil de ser assimilado, contando com apenas duas canções, a longa ‘All The Seats Were Occupied’, onde praticamente um resumo de todo o álbum é feito. Começa com uma viajante sessão de guitarra e moog apenas, crescendo com a adição da bateria e do baixo (lembrando muito ‘The End’ dos Doors) e passando por vários temas do disco, inclusive com algumas frases de ‘∞’. Alterna momentos com a guitarra solando de forma alucinada e outros incrivelmente soturnos e demoníacos, onde o baixo predomina, encerrando com uma frase retirada de um disco de ensinamento de inglês da BBC que diz apenas “all the seats were occupied”, e leva ao final do LP com ‘Break’. Nesta faixa Roussos se despede dos amigos, com o acompanhamento do piano, enquanto Vangelis canta de forma jazzística “stoobeedooobedoo”, com direito a um pequeno solo de guitarra e finalmente a despedida final, dizendo apenas “fly, high and then you make it” e “do it”.
Um single de 666 (1972) foi lançado em novembro de 1972, ‘Break / Babylon’, e que acabou pegando pó nas prateleiras, assim como o álbum, que não vendeu muito principalmente por causa da censura em torno do mesmo. Porém, nos dias atuais 666 (1972) é considerado como um dos principais discos do rock progressivo e o melhor da carreira da Aphrodite’s Child. Em uma pesquisa feita pelo conceituado site All Music Guide, 666 recebeu quatro estrelas e meia em uma cotação de cinco, com a justificativa de que ouvir o álbum na íntegra era demasiadamente complicado. Já a IGN Entertainment classificou 666 como o terceiro melhor disco progressivo de todos os tempos, ficando atrás apenas de In The Court Of Crimson King (1969) do King Crimson em segundo lugar e The Lamb Lies Down On Broadway (1974) do Genesis.
Segundo Roussos e Vangelis, a Mercury podou e muito a versão original do álbum, que era para ser lançado em formato quádruplo. Os outros dois discos (incluindo a versão completa de ‘∞’) estão perdidos em algum lugar deste planeta, esperando por uma alma para lançá-los para nós, meros mortais.
Roussos seguiu em uma carreira solo voltada para o pop, tocando em diversos países e lançando um CD chamado Live In Brazil (2006)anos depois, enquanto Vangelis virou o monstro sagrado dos teclados que conhecemos hoje, com participações em várias trilhas sonoras de filmes, além de formar dupla no início dos anos oitenta com Jon Anderson (vocalista do Yes), com quem também obteve relativo sucesso. Vez ou outra Vangelis e Roussos se encontraram nos estúdios, como nas gravações de Chariots Of Fire (1981) e Blade Runner (1983), mas o Aphrodite’s Child nunca mais retornou à ativa.
Koulouris adotou apenas o nome Silver, vindo a participar do álbum Souvenirs De Roussos (1975), além de fazer parte por um bom tempo da banda de Vangelis. Sideras lançou seu segundo álbum solo, Pax Spray (1973), participando do álbum My Only Fascination (1974) de Roussos, além de fazer parte das bandas Ypsilon (ao lado de Lakis Vlavianos e Dimitris Katakouzinos), com quem lançou o disco Metro Music Man (1977) e vários compactos, e também do Eros (com Lakis Vlavianos, Charis Chalkitis e Dimitri Tambossis), com quem lançou apenas o compacto ‘Rain Train / I Can See It’, em 1971. Trabalhou em vários discos de outros cantores, como L’Alba (Riccardo Cocciante – 1975), Love’s Fool e Dead Line (Sigma Fay – 1979 e 1981) e em 2008 lançou o CD Stay With Me (2008).
O Aphrodite’s Child entrou para a história da música grega como a principal banda daquele país, e marcou época nos anais do rock progressivo em suas duas distintas fases, a primeira marcada por baladas e simplicidade e a segunda por 666 (1972). Cavuque nos sebos atrás dessas preciosidades, e descubra que nem só a Inglaterra fazia rock progressivo de qualidade nos anos setenta, e principalmente, saboreie os 40 anos de um dos principais discos do rock progressivo.

ENTREVISTA COM CYRIL ROUSSOS: Comemorado internacionalmente e elogiado na Grécia, Demis Roussos morreu no hospital Ygeia em Atenas em 25 de janeiro de 2015. Na época, os gregos estavam grudados em seus aparelhos de TV quando o partido da coalizão de esquerda radical SYRIZA assumiu o poder sob a bandeira de que romperia acordos de resgate com os credores da Grécia. Junto com os rápidos desenvolvimentos políticos, a morte de Roussos 'abalou a sociedade grega marcando o fim de uma era. Um nome familiar em sua vida, ele vendeu mais de 100 milhões de álbuns em todo o mundo. Mais conhecido por seus sucessos solo nas décadas de 1970 e 80, ele gravou a si mesmo no coração dos ouvintes graças ao pop mediterrâneo e baladas românticas ensolaradas. Nascido em Alexandria quando era um caldeirão de culturas e religiões, ele se misturou com armênios, sírios, italianos e egípcios, frequentou a escola grega e se apresentou no coro da Igreja Bizantina. Em suas últimas entrevistas, no entanto, ele falou de seu verdadeiro legado - seus filhos Emily e Cyril, referindo-se à paternidade como um “trabalho em tempo integral”. Apenas um mês antes de sua morte, Demis Roussos selecionou as faixas para uma compilação oficial em CD do trabalho de sua vida, incluindo notas de seus dois filhos, que foi lançada de forma pós-humilde em março de 2015. Agora, Cyril dá continuidade ao legado musical à sua maneira, continuando a “conversa na melodia, harmonia e notas”. Nascido na França, rodeado de música, ele conversou com a jornalista Penelope Massouri sobre seu pai, a indústria da música hoje e seus próprios sonhos e lições de vida. O que mais te inspira durante as gravações? Para mim, o processo de estúdio é de colaboração e criatividade. Não sou um daqueles artistas que precisa que tudo seja feito da maneira que pensei durante a concepção. Eu sei que não sou perfeito e sei que não sei tudo. Gosto de receber contribuições criativas de outros músicos e técnicos de som porque acredito que criatividade é mais do que apenas expressão; é comunicação também. Portanto, embora eu apareça no estúdio com um guia de como quero que uma música soe, vou ouvir o que meus músicos têm a dizer sobre como estão ouvindo a música e isso imediatamente inicia uma conversa em melodia, harmonia e notas que desperta inspiração. Depois disso, se os resultados forem bons, eu mantenho e se não gosto do que estou ouvindo; Eu não. O que Paris significa para você? E quanto a Atenas? É a hora certa para voltar? Ambas são cidades que adoro e com as quais tenho um longo relacionamento. Mas quando se trata de música como uma carreira, eu realmente não acho que a localização importa mais quando se trata de desenvolvimento. A relevância de um artista e o crescimento do ouvinte hoje dependem da internet e da mídia social, com as quais você pode se engajar de qualquer parte do mundo, desde que tenha acesso à internet. O que ainda é relevante sobre a localização, ou era até que o COVID-19 mudou tudo, é quando se trata de tocar ao vivo, que é a única maneira de os músicos ganharem algum dinheiro além da venda de mercadorias físicas. Alguns países ou cidades têm mais locais do que outros, oferecendo mais oportunidades para os artistas se apresentarem. Mas, como mencionei antes, com COVID-19 tudo mudou. Ninguém em lugar nenhum está se apresentando e muitos locais em todo o mundo correm o risco de fechar suas portas para sempre. Portanto, por enquanto, vejo pouca diferença em onde estou fisicamente. Amanhã é outra história. Quando e como você fez sua primeira viagem à Grécia? Eu era muito jovem para me lembrar da primeira vez que vim para a Grécia; Eu tinha apenas três anos. Mas lembro-me de visitar aqui muitas vezes enquanto crescia e, claro, o que mais me lembro são as ilhas e os verões, eram mágicos. Eles ainda estão. Descreva um dia perfeito com seu pai que você gostaria de lembrar. Você sabe, tínhamos muitas pessoas ao nosso redor o tempo todo, especialmente quando eu era criança. Então, os melhores momentos que passei com meu pai foram quando éramos só ele e eu. Quer fosse sair e conversar na cozinha enquanto Demis cozinhava ou assistir a um filme juntos e depois pegar algo para comer, esses são os momentos de que mais me lembro e mais sinto falta. Qual é o seu filme, música e livro favoritos? Essa é, acredite ou não, a pergunta mais difícil que alguém pode me fazer. Há tantos para escolher que deixaram uma impressão em minha vida que escolher um parece lamentável. Mas, por enquanto, eu diria para o filme “The Blues Brothers” para música, “Jeremy” (a versão desconectada) do Pearl Jam e para os livros “The Picnic and Suchlike Pandemonium” de Gerald Durrell. O que você faz para recarregar suas baterias criativas? Onde está sua fonte de inspiração? Inspiração pode vir de qualquer lugar. Normalmente, um momento ou um evento que me impressiona pode levar a uma música. Eu também tenho muitas ideias quando viajo. Ir a algum lugar natural à beira-mar ou nas montanhas é uma ótima maneira de esvaziar o barulho da sua cabeça, abrindo espaço para a musa dançar. O que te dá esperança em tempos difíceis? Minha família. Minha esposa é muito boa em apontar o lado melhor da vida sempre que a levo muito a sério e meus filhos me dão muita esperança enquanto crescem. Eles são meus maiores professores. Existem coisas que você gostaria de saber quando era mais jovem? Tudo! É engraçado, quando eu era criança, as pessoas da minha idade costumavam me dizer quando me lembravam de quando eram crianças "Se eu soubesse então o que sei agora ..." e eu zombaria deles da mesma forma que meus filha velha zomba de mim agora, quando digo a ela exatamente a mesma coisa. Qual é a lição mais importante que a vida te deu dentro e fora da cena musical? “Seja verdadeiro para consigo mesmo”. Levei muito tempo para entender o que isso realmente significa. Se você tentar construir sua vida com base no que os outros esperam de você e se você os faz felizes ou não, profissional ou pessoalmente, você irá falhar e fracassar gravemente em algum ponto porque acabará chegando à conclusão inevitável de que você não é nada mais do que uma parte de uma máquina construída por outros e isso o deixará infeliz. Por outro lado, se você construir sua vida com base em quem você realmente é e quais são suas verdadeiras paixões, então, como indivíduo, você sentirá um propósito e isso o fará feliz e, em minha opinião, a vida é muito curta para ser qualquer coisa outro. Houve uma música que fez você se esforçar mais do que as outras ao gravá-la? Na verdade. Eu sabia o que queria para essas músicas e tive a sorte de trabalhar com alguns músicos de sessão muito talentosos, bem como meu co-produtor, então o processo foi bastante fácil e um prazer. Eu sou uma daquelas pessoas que se algo me incomoda ou se estou apenas preso em algo, coloco de lado e trabalho em outra coisa, revisitando o problema mais tarde com novos ouvidos, mas no caso de “Abertura Night ”as coisas funcionaram perfeitamente. Quando a crise acabar, você acredita que haverá um grande ‘boom’ de alegria em tudo, especialmente no setor de entretenimento? Como você está se preparando para essa possibilidade? É possível. Acho que as pessoas sempre vão querer entretenimento e sempre vão querer sair para compartilhar essa experiência com outras pessoas. Então sim, eu acredito que se você abrir bares e boates hoje, as pessoas vão aparecer, assim como se as pessoas estão com sede e você constrói um poço, as pessoas vão aparecer. Infelizmente, acredito que ainda vai demorar um pouco até vermos isso acontecer e, certamente, quando esse dia chegar, virá com medidas que não existiam antes do COVID-19. Como isso se traduzirá de forma prática e econômica para bares e clubes, veremos, mas terá um efeito direto em como nós, como artistas, podemos nos preparar para esse novo paradigma. Até então, tudo o que podemos fazer é praticar nossos instrumentos e esperar. Que memórias você carrega das boates selvagens dos anos 90? Que época louca foi aquela. Honestamente, há muita coisa que eu não lembro. Mas eu me lembro que foi quando as discotecas realmente começaram a se transformar em algo maior. Os sons, as pessoas, a vibração; foi tudo muito emocionante. Ainda estávamos em uma época em que as pessoas viviam o momento sem parar a cada cinco minutos para tirar uma selfie. O objetivo de sair era sair, não sair para que você pudesse ter algo para postar no Instagram. Pessoas de origens e estilos de vida muito diferentes, que provavelmente nunca se conheceriam em nenhuma outra circunstância, estabeleceram conexões interagindo entre si em clubes e se divertindo juntos. E o que seria definido como “Club Music” nasceu naquela época também. Então a música que os DJs começaram a tocar era nova e progressiva e diferente de tudo que estávamos acostumados a ouvir até então em clubes ... e estava apenas começando. Todas as noites eram uma festa e éramos tão jovens e inocentes. Achamos que duraria para sempre. Quais são as três características que você acredita que seu trabalho exige? Você precisa ser capaz de ouvir. Você precisa confiar em seus instintos. E você precisa cometer erros para que possa aprender com eles. Seu pai é um modelo para você saber que é mais velho? Estou em uma idade agora que me lembro quem foi meu pai com uma lembrança clara. Meu pai e eu somos pessoas muito diferentes, mesmo tendo muitas semelhanças em nosso caráter, então há muitas coisas em um nível pessoal que simplesmente não são as mesmas para mim e para ele. Uma coisa que tenho muito respeito e espero ter aprendido foi seu profissionalismo e seu senso de negócios quando se tratava da indústria da música. Ele sabia do que estava falando quando se tratava disso e é claro que ele teve uma grande carreira internacional que durou muitos anos, com a qual ele aprendeu. Além da música, que outro talento você gostaria de ter? Eu gostaria de poder desenhar melhor. Eu não sou muito bom nisso. Eu também gostaria de ser mais esperto com dinheiro. Eu também não sou muito bom nisso. O que você mais admira em uma mulher? Paciência. Uma mulher pode ter uma paciência infinita quando se trata das coisas e pessoas que ama e já que sou alguém com quem você precisa de muita paciência; Eu respeito e admiro isso. Os astros do rock são ídolos ou os médicos são os verdadeiros ídolos? Como eu gostaria de poder responder que era qualquer um desses, mas infelizmente não posso. A verdade é que os ídolos de hoje são YouTubers, influenciadores do Instagram e bilionários da tecnologia. Como sociedade, estamos fazendo algo muito errado. Qual é o seu lema? Sempre carregue dois isqueiros e um guarda-chuva.Adicione o texto do seu título aqui



ENTREVISTA COM CYRIL ROUSSOS: Comemorado internacionalmente e elogiado na Grécia, Demis Roussos morreu no hospital Ygeia em Atenas em 25 de janeiro de 2015. Na época, os gregos estavam grudados em seus aparelhos de TV quando o partido da coalizão de esquerda radical SYRIZA assumiu o poder sob a bandeira de que romperia acordos de resgate com os credores da Grécia. Junto com os rápidos desenvolvimentos políticos, a morte de Roussos 'abalou a sociedade grega marcando o fim de uma era. Um nome familiar em sua vida, ele vendeu mais de 100 milhões de álbuns em todo o mundo. Mais conhecido por seus sucessos solo nas décadas de 1970 e 80, ele gravou a si mesmo no coração dos ouvintes graças ao pop mediterrâneo e baladas românticas ensolaradas. Nascido em Alexandria quando era um caldeirão de culturas e religiões, ele se misturou com armênios, sírios, italianos e egípcios, frequentou a escola grega e se apresentou no coro da Igreja Bizantina. Em suas últimas entrevistas, no entanto, ele falou de seu verdadeiro legado - seus filhos Emily e Cyril, referindo-se à paternidade como um “trabalho em tempo integral”. Apenas um mês antes de sua morte, Demis Roussos selecionou as faixas para uma compilação oficial em CD do trabalho de sua vida, incluindo notas de seus dois filhos, que foi lançada de forma pós-humilde em março de 2015. Agora, Cyril dá continuidade ao legado musical à sua maneira, continuando a “conversa na melodia, harmonia e notas”. Nascido na França, rodeado de música, ele conversou com a jornalista Penelope Massouri sobre seu pai, a indústria da música hoje e seus próprios sonhos e lições de vida. O que mais te inspira durante as gravações? Para mim, o processo de estúdio é de colaboração e criatividade. Não sou um daqueles artistas que precisa que tudo seja feito da maneira que pensei durante a concepção. Eu sei que não sou perfeito e sei que não sei tudo. Gosto de receber contribuições criativas de outros músicos e técnicos de som porque acredito que criatividade é mais do que apenas expressão; é comunicação também. Portanto, embora eu apareça no estúdio com um guia de como quero que uma música soe, vou ouvir o que meus músicos têm a dizer sobre como estão ouvindo a música e isso imediatamente inicia uma conversa em melodia, harmonia e notas que desperta inspiração. Depois disso, se os resultados forem bons, eu mantenho e se não gosto do que estou ouvindo; Eu não. O que Paris significa para você? E quanto a Atenas? É a hora certa para voltar? Ambas são cidades que adoro e com as quais tenho um longo relacionamento. Mas quando se trata de música como uma carreira, eu realmente não acho que a localização importa mais quando se trata de desenvolvimento. A relevância de um artista e o crescimento do ouvinte hoje dependem da internet e da mídia social, com as quais você pode se engajar de qualquer parte do mundo, desde que tenha acesso à internet. O que ainda é relevante sobre a localização, ou era até que o COVID-19 mudou tudo, é quando se trata de tocar ao vivo, que é a única maneira de os músicos ganharem algum dinheiro além da venda de mercadorias físicas. Alguns países ou cidades têm mais locais do que outros, oferecendo mais oportunidades para os artistas se apresentarem. Mas, como mencionei antes, com COVID-19 tudo mudou. Ninguém em lugar nenhum está se apresentando e muitos locais em todo o mundo correm o risco de fechar suas portas para sempre. Portanto, por enquanto, vejo pouca diferença em onde estou fisicamente. Amanhã é outra história. Quando e como você fez sua primeira viagem à Grécia? Eu era muito jovem para me lembrar da primeira vez que vim para a Grécia; Eu tinha apenas três anos. Mas lembro-me de visitar aqui muitas vezes enquanto crescia e, claro, o que mais me lembro são as ilhas e os verões, eram mágicos. Eles ainda estão. Descreva um dia perfeito com seu pai que você gostaria de lembrar. Você sabe, tínhamos muitas pessoas ao nosso redor o tempo todo, especialmente quando eu era criança. Então, os melhores momentos que passei com meu pai foram quando éramos só ele e eu. Quer fosse sair e conversar na cozinha enquanto Demis cozinhava ou assistir a um filme juntos e depois pegar algo para comer, esses são os momentos de que mais me lembro e mais sinto falta. Qual é o seu filme, música e livro favoritos? Essa é, acredite ou não, a pergunta mais difícil que alguém pode me fazer. Há tantos para escolher que deixaram uma impressão em minha vida que escolher um parece lamentável. Mas, por enquanto, eu diria para o filme “The Blues Brothers” para música, “Jeremy” (a versão desconectada) do Pearl Jam e para os livros “The Picnic and Suchlike Pandemonium” de Gerald Durrell. O que você faz para recarregar suas baterias criativas? Onde está sua fonte de inspiração? Inspiração pode vir de qualquer lugar. Normalmente, um momento ou um evento que me impressiona pode levar a uma música. Eu também tenho muitas ideias quando viajo. Ir a algum lugar natural à beira-mar ou nas montanhas é uma ótima maneira de esvaziar o barulho da sua cabeça, abrindo espaço para a musa dançar. O que te dá esperança em tempos difíceis? Minha família. Minha esposa é muito boa em apontar o lado melhor da vida sempre que a levo muito a sério e meus filhos me dão muita esperança enquanto crescem. Eles são meus maiores professores. Existem coisas que você gostaria de saber quando era mais jovem? Tudo! É engraçado, quando eu era criança, as pessoas da minha idade costumavam me dizer quando me lembravam de quando eram crianças "Se eu soubesse então o que sei agora ..." e eu zombaria deles da mesma forma que meus filha velha zomba de mim agora, quando digo a ela exatamente a mesma coisa. Qual é a lição mais importante que a vida te deu dentro e fora da cena musical? “Seja verdadeiro para consigo mesmo”. Levei muito tempo para entender o que isso realmente significa. Se você tentar construir sua vida com base no que os outros esperam de você e se você os faz felizes ou não, profissional ou pessoalmente, você irá falhar e fracassar gravemente em algum ponto porque acabará chegando à conclusão inevitável de que você não é nada mais do que uma parte de uma máquina construída por outros e isso o deixará infeliz. Por outro lado, se você construir sua vida com base em quem você realmente é e quais são suas verdadeiras paixões, então, como indivíduo, você sentirá um propósito e isso o fará feliz e, em minha opinião, a vida é muito curta para ser qualquer coisa outro. Houve uma música que fez você se esforçar mais do que as outras ao gravá-la? Na verdade. Eu sabia o que queria para essas músicas e tive a sorte de trabalhar com alguns músicos de sessão muito talentosos, bem como meu co-produtor, então o processo foi bastante fácil e um prazer. Eu sou uma daquelas pessoas que se algo me incomoda ou se estou apenas preso em algo, coloco de lado e trabalho em outra coisa, revisitando o problema mais tarde com novos ouvidos, mas no caso de “Abertura Night ”as coisas funcionaram perfeitamente. Quando a crise acabar, você acredita que haverá um grande ‘boom’ de alegria em tudo, especialmente no setor de entretenimento? Como você está se preparando para essa possibilidade? É possível. Acho que as pessoas sempre vão querer entretenimento e sempre vão querer sair para compartilhar essa experiência com outras pessoas. Então sim, eu acredito que se você abrir bares e boates hoje, as pessoas vão aparecer, assim como se as pessoas estão com sede e você constrói um poço, as pessoas vão aparecer. Infelizmente, acredito que ainda vai demorar um pouco até vermos isso acontecer e, certamente, quando esse dia chegar, virá com medidas que não existiam antes do COVID-19. Como isso se traduzirá de forma prática e econômica para bares e clubes, veremos, mas terá um efeito direto em como nós, como artistas, podemos nos preparar para esse novo paradigma. Até então, tudo o que podemos fazer é praticar nossos instrumentos e esperar. Que memórias você carrega das boates selvagens dos anos 90? Que época louca foi aquela. Honestamente, há muita coisa que eu não lembro. Mas eu me lembro que foi quando as discotecas realmente começaram a se transformar em algo maior. Os sons, as pessoas, a vibração; foi tudo muito emocionante. Ainda estávamos em uma época em que as pessoas viviam o momento sem parar a cada cinco minutos para tirar uma selfie. O objetivo de sair era sair, não sair para que você pudesse ter algo para postar no Instagram. Pessoas de origens e estilos de vida muito diferentes, que provavelmente nunca se conheceriam em nenhuma outra circunstância, estabeleceram conexões interagindo entre si em clubes e se divertindo juntos. E o que seria definido como “Club Music” nasceu naquela época também. Então a música que os DJs começaram a tocar era nova e progressiva e diferente de tudo que estávamos acostumados a ouvir até então em clubes ... e estava apenas começando. Todas as noites eram uma festa e éramos tão jovens e inocentes. Achamos que duraria para sempre. Quais são as três características que você acredita que seu trabalho exige? Você precisa ser capaz de ouvir. Você precisa confiar em seus instintos. E você precisa cometer erros para que possa aprender com eles. Seu pai é um modelo para você saber que é mais velho? Estou em uma idade agora que me lembro quem foi meu pai com uma lembrança clara. Meu pai e eu somos pessoas muito diferentes, mesmo tendo muitas semelhanças em nosso caráter, então há muitas coisas em um nível pessoal que simplesmente não são as mesmas para mim e para ele. Uma coisa que tenho muito respeito e espero ter aprendido foi seu profissionalismo e seu senso de negócios quando se tratava da indústria da música. Ele sabia do que estava falando quando se tratava disso e é claro que ele teve uma grande carreira internacional que durou muitos anos, com a qual ele aprendeu. Além da música, que outro talento você gostaria de ter? Eu gostaria de poder desenhar melhor. Eu não sou muito bom nisso. Eu também gostaria de ser mais esperto com dinheiro. Eu também não sou muito bom nisso. O que você mais admira em uma mulher? Paciência. Uma mulher pode ter uma paciência infinita quando se trata das coisas e pessoas que ama e já que sou alguém com quem você precisa de muita paciência; Eu respeito e admiro isso. Os astros do rock são ídolos ou os médicos são os verdadeiros ídolos? Como eu gostaria de poder responder que era qualquer um desses, mas infelizmente não posso. A verdade é que os ídolos de hoje são YouTubers, influenciadores do Instagram e bilionários da tecnologia. Como sociedade, estamos fazendo algo muito errado. Qual é o seu lema? Sempre carregue dois isqueiros e um guarda-chuva.Adicione o texto do seu título aqui



ENTREVISTA COM CYRIL ROUSSOS: Comemorado internacionalmente e elogiado na Grécia, Demis Roussos morreu no hospital Ygeia em Atenas em 25 de janeiro de 2015. Na época, os gregos estavam grudados em seus aparelhos de TV quando o partido da coalizão de esquerda radical SYRIZA assumiu o poder sob a bandeira de que romperia acordos de resgate com os credores da Grécia. Junto com os rápidos desenvolvimentos políticos, a morte de Roussos 'abalou a sociedade grega marcando o fim de uma era. Um nome familiar em sua vida, ele vendeu mais de 100 milhões de álbuns em todo o mundo. Mais conhecido por seus sucessos solo nas décadas de 1970 e 80, ele gravou a si mesmo no coração dos ouvintes graças ao pop mediterrâneo e baladas românticas ensolaradas. Nascido em Alexandria quando era um caldeirão de culturas e religiões, ele se misturou com armênios, sírios, italianos e egípcios, frequentou a escola grega e se apresentou no coro da Igreja Bizantina. Em suas últimas entrevistas, no entanto, ele falou de seu verdadeiro legado - seus filhos Emily e Cyril, referindo-se à paternidade como um “trabalho em tempo integral”. Apenas um mês antes de sua morte, Demis Roussos selecionou as faixas para uma compilação oficial em CD do trabalho de sua vida, incluindo notas de seus dois filhos, que foi lançada de forma pós-humilde em março de 2015. Agora, Cyril dá continuidade ao legado musical à sua maneira, continuando a “conversa na melodia, harmonia e notas”. Nascido na França, rodeado de música, ele conversou com a jornalista Penelope Massouri sobre seu pai, a indústria da música hoje e seus próprios sonhos e lições de vida. O que mais te inspira durante as gravações? Para mim, o processo de estúdio é de colaboração e criatividade. Não sou um daqueles artistas que precisa que tudo seja feito da maneira que pensei durante a concepção. Eu sei que não sou perfeito e sei que não sei tudo. Gosto de receber contribuições criativas de outros músicos e técnicos de som porque acredito que criatividade é mais do que apenas expressão; é comunicação também. Portanto, embora eu apareça no estúdio com um guia de como quero que uma música soe, vou ouvir o que meus músicos têm a dizer sobre como estão ouvindo a música e isso imediatamente inicia uma conversa em melodia, harmonia e notas que desperta inspiração. Depois disso, se os resultados forem bons, eu mantenho e se não gosto do que estou ouvindo; Eu não. O que Paris significa para você? E quanto a Atenas? É a hora certa para voltar? Ambas são cidades que adoro e com as quais tenho um longo relacionamento. Mas quando se trata de música como uma carreira, eu realmente não acho que a localização importa mais quando se trata de desenvolvimento. A relevância de um artista e o crescimento do ouvinte hoje dependem da internet e da mídia social, com as quais você pode se engajar de qualquer parte do mundo, desde que tenha acesso à internet. O que ainda é relevante sobre a localização, ou era até que o COVID-19 mudou tudo, é quando se trata de tocar ao vivo, que é a única maneira de os músicos ganharem algum dinheiro além da venda de mercadorias físicas. Alguns países ou cidades têm mais locais do que outros, oferecendo mais oportunidades para os artistas se apresentarem. Mas, como mencionei antes, com COVID-19 tudo mudou. Ninguém em lugar nenhum está se apresentando e muitos locais em todo o mundo correm o risco de fechar suas portas para sempre. Portanto, por enquanto, vejo pouca diferença em onde estou fisicamente. Amanhã é outra história. Quando e como você fez sua primeira viagem à Grécia? Eu era muito jovem para me lembrar da primeira vez que vim para a Grécia; Eu tinha apenas três anos. Mas lembro-me de visitar aqui muitas vezes enquanto crescia e, claro, o que mais me lembro são as ilhas e os verões, eram mágicos. Eles ainda estão. Descreva um dia perfeito com seu pai que você gostaria de lembrar. Você sabe, tínhamos muitas pessoas ao nosso redor o tempo todo, especialmente quando eu era criança. Então, os melhores momentos que passei com meu pai foram quando éramos só ele e eu. Quer fosse sair e conversar na cozinha enquanto Demis cozinhava ou assistir a um filme juntos e depois pegar algo para comer, esses são os momentos de que mais me lembro e mais sinto falta. Qual é o seu filme, música e livro favoritos? Essa é, acredite ou não, a pergunta mais difícil que alguém pode me fazer. Há tantos para escolher que deixaram uma impressão em minha vida que escolher um parece lamentável. Mas, por enquanto, eu diria para o filme “The Blues Brothers” para música, “Jeremy” (a versão desconectada) do Pearl Jam e para os livros “The Picnic and Suchlike Pandemonium” de Gerald Durrell. O que você faz para recarregar suas baterias criativas? Onde está sua fonte de inspiração? Inspiração pode vir de qualquer lugar. Normalmente, um momento ou um evento que me impressiona pode levar a uma música. Eu também tenho muitas ideias quando viajo. Ir a algum lugar natural à beira-mar ou nas montanhas é uma ótima maneira de esvaziar o barulho da sua cabeça, abrindo espaço para a musa dançar. O que te dá esperança em tempos difíceis? Minha família. Minha esposa é muito boa em apontar o lado melhor da vida sempre que a levo muito a sério e meus filhos me dão muita esperança enquanto crescem. Eles são meus maiores professores. Existem coisas que você gostaria de saber quando era mais jovem? Tudo! É engraçado, quando eu era criança, as pessoas da minha idade costumavam me dizer quando me lembravam de quando eram crianças "Se eu soubesse então o que sei agora ..." e eu zombaria deles da mesma forma que meus filha velha zomba de mim agora, quando digo a ela exatamente a mesma coisa. Qual é a lição mais importante que a vida te deu dentro e fora da cena musical? “Seja verdadeiro para consigo mesmo”. Levei muito tempo para entender o que isso realmente significa. Se você tentar construir sua vida com base no que os outros esperam de você e se você os faz felizes ou não, profissional ou pessoalmente, você irá falhar e fracassar gravemente em algum ponto porque acabará chegando à conclusão inevitável de que você não é nada mais do que uma parte de uma máquina construída por outros e isso o deixará infeliz. Por outro lado, se você construir sua vida com base em quem você realmente é e quais são suas verdadeiras paixões, então, como indivíduo, você sentirá um propósito e isso o fará feliz e, em minha opinião, a vida é muito curta para ser qualquer coisa outro. Houve uma música que fez você se esforçar mais do que as outras ao gravá-la? Na verdade. Eu sabia o que queria para essas músicas e tive a sorte de trabalhar com alguns músicos de sessão muito talentosos, bem como meu co-produtor, então o processo foi bastante fácil e um prazer. Eu sou uma daquelas pessoas que se algo me incomoda ou se estou apenas preso em algo, coloco de lado e trabalho em outra coisa, revisitando o problema mais tarde com novos ouvidos, mas no caso de “Abertura Night ”as coisas funcionaram perfeitamente. Quando a crise acabar, você acredita que haverá um grande ‘boom’ de alegria em tudo, especialmente no setor de entretenimento? Como você está se preparando para essa possibilidade? É possível. Acho que as pessoas sempre vão querer entretenimento e sempre vão querer sair para compartilhar essa experiência com outras pessoas. Então sim, eu acredito que se você abrir bares e boates hoje, as pessoas vão aparecer, assim como se as pessoas estão com sede e você constrói um poço, as pessoas vão aparecer. Infelizmente, acredito que ainda vai demorar um pouco até vermos isso acontecer e, certamente, quando esse dia chegar, virá com medidas que não existiam antes do COVID-19. Como isso se traduzirá de forma prática e econômica para bares e clubes, veremos, mas terá um efeito direto em como nós, como artistas, podemos nos preparar para esse novo paradigma. Até então, tudo o que podemos fazer é praticar nossos instrumentos e esperar. Que memórias você carrega das boates selvagens dos anos 90? Que época louca foi aquela. Honestamente, há muita coisa que eu não lembro. Mas eu me lembro que foi quando as discotecas realmente começaram a se transformar em algo maior. Os sons, as pessoas, a vibração; foi tudo muito emocionante. Ainda estávamos em uma época em que as pessoas viviam o momento sem parar a cada cinco minutos para tirar uma selfie. O objetivo de sair era sair, não sair para que você pudesse ter algo para postar no Instagram. Pessoas de origens e estilos de vida muito diferentes, que provavelmente nunca se conheceriam em nenhuma outra circunstância, estabeleceram conexões interagindo entre si em clubes e se divertindo juntos. E o que seria definido como “Club Music” nasceu naquela época também. Então a música que os DJs começaram a tocar era nova e progressiva e diferente de tudo que estávamos acostumados a ouvir até então em clubes ... e estava apenas começando. Todas as noites eram uma festa e éramos tão jovens e inocentes. Achamos que duraria para sempre. Quais são as três características que você acredita que seu trabalho exige? Você precisa ser capaz de ouvir. Você precisa confiar em seus instintos. E você precisa cometer erros para que possa aprender com eles. Seu pai é um modelo para você saber que é mais velho? Estou em uma idade agora que me lembro quem foi meu pai com uma lembrança clara. Meu pai e eu somos pessoas muito diferentes, mesmo tendo muitas semelhanças em nosso caráter, então há muitas coisas em um nível pessoal que simplesmente não são as mesmas para mim e para ele. Uma coisa que tenho muito respeito e espero ter aprendido foi seu profissionalismo e seu senso de negócios quando se tratava da indústria da música. Ele sabia do que estava falando quando se tratava disso e é claro que ele teve uma grande carreira internacional que durou muitos anos, com a qual ele aprendeu. Além da música, que outro talento você gostaria de ter? Eu gostaria de poder desenhar melhor. Eu não sou muito bom nisso. Eu também gostaria de ser mais esperto com dinheiro. Eu também não sou muito bom nisso. O que você mais admira em uma mulher? Paciência. Uma mulher pode ter uma paciência infinita quando se trata das coisas e pessoas que ama e já que sou alguém com quem você precisa de muita paciência; Eu respeito e admiro isso. Os astros do rock são ídolos ou os médicos são os verdadeiros ídolos? Como eu gostaria de poder responder que era qualquer um desses, mas infelizmente não posso. A verdade é que os ídolos de hoje são YouTubers, influenciadores do Instagram e bilionários da tecnologia. Como sociedade, estamos fazendo algo muito errado. Qual é o seu lema? Sempre carregue dois isqueiros e um guarda-chuva.Adicione o texto do seu título aqui



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